Porque o preconceito linguístico é um problema grave?

Perguntado por: nalencastro . Última atualização: 21 de agosto de 2023
4.6 / 5 4 votos

Ser excluído socialmente porque fala um dialeto diferente ou com sotaque diferente; Prejuízos à autoestima, já que a pessoa começa a acreditar que ela é errada; Dificuldade de conseguir um emprego, especialmente se requerer comunicação formal.

Consequência é um termo que caracteriza o resultado, reação ou efeito produzido de um acontecimento ou uma ação. Normalmente este termo está relacionado com a causa ou frequência que ocorre seguida a um conjunto de condições relativas a uma ação. Exemplos: “O resultado foi consequência de muito trabalho e esforço”.

São várias as consequências vislumbradas em vítimas de atos discriminatórios, dentre elas a depressão, a baixa autoestima, a agressividade, desvios comportamentais, formação debilitada da identidade, além de dificuldades na aprendizagem. Também são variados os comportamentos expressivos de quem sofre o preconceito.

O preconceito linguístico acaba acontecendo, por exemplo, quando se diz que nordestino não sabe falar e outras falas nesse sentido de criar a ideia de que as pessoas daquela região, por causa da sua fala, são inferiores. Existe também a questão da escolaridade.

No segundo caso, o preconceito linguístico dirige-se da elite econômica para as classes mais pobres. Segundo o professor Bagno, muitos usam a língua como ferramenta de dominação, visto que o desconhecimento da norma-padrão, de acordo com essas pessoas, representaria um baixo nível de qualificação profissional.

Importante destacar que o preconceito linguístico acontece no teor de deboche e pode gerar diversos tipos de violência (física, verbal, psicológica). Os indivíduos que sofrem com o preconceito linguístico muitas vezes adquirem problemas de sociabilidade ou mesmo distúrbios psicológicos.

Consequências do preconceito linguístico
O preconceito linguístico resulta na exclusão social daqueles que se expressam de forma regional, informal ou por meio de dialetos. Isso pode levar ao medo de falar em público, prejudicar a autoestima e dificultar a obtenção de emprego, por exemplo.

A violência do preconceito, além de produzir o isolamento entre os indivíduos, introduz a desconfiança entre os pares e funciona nos moldes de uma severa autopunição do sentimento de culpabilidade. Sob o preconceito, os indivíduos tornam-se cúmplices do processo social que os engana e violenta.

No que se refere às “causas” do preconceito, podemos classificá-las, didaticamente, em quatro grandes categorias: competição e conflitos econômicos e políticos; o papel do “bode expiatório” (também chamada de “deslocamento de agressividade”); fatores de personalidade; e causas sociais (aprendizagem, conformidade e ...

O preconceito causa um dano profundo em nossa sociedade: tira oportunidade de milhares de brasileiros de se desenvolverem plenamente, deixando-os à margem da sociedade. E, por vezes, as vítimas do preconceito têm seus direitos fundamentais violados no âmbito escolar, no ambiente de trabalho, na vida social.

O preconceito linguístico resulta da comparação indevida entre o modelo idealizado de língua que se apresenta nas gramáticas normativas e nos dicionários e os modos de falar reais das pessoas que vivem na sociedade, modos de falar que são muitos e bem diferentes entre si.

“Como todo preconceito, o linguístico é a manifestação, de fato, de um preconceito social, porque o que está em jogo não é a língua que a pessoa fala, mas a própria pessoa como ser social”, afirma o linguista. “Rejeitar a língua é rejeitar a própria pessoa e a comunidade de que ela faz parte.”

Os caminhos para o combate ao preconceito linguístico no Brasil são com base em diálogos e através do ensino. Para acabar com o preconceito somente a via da educação e conscientização são eficazes. Infelizmente esse tipo de preconceito está enraizado em nossa sociedade e a mudança é gradual e leva tempo.