Por que escalar o Monte Everest é perigoso?

Perguntado por: dbittencourt . Última atualização: 12 de julho de 2023
4.1 / 5 17 votos

Escalar o Everest pode ser fatal e a história já mostrou isso. A montanha possuí uma área chamada de zona da morte, que é quando os escaladores ultrapassam 8 mil metros de altitude. Nessa parte da Terra, nossas células começam a morrer na ausência de oxigênio.

Guias relatam temperatura de até -40º C; fenômenos intensos podem estar relacionados à crise do clima. Com trânsito recorde de alpinistas, a atual temporada de escalada do monte Everest já é considerada uma das mais mortais da história na região.

Nessa altitude há menos oxigênio, o que afeta os cérebros e pulmões dos alpinistas. Por causa disso, aumenta o risco de derrame e ataque cardíaco, visão e cognição começam a falhar. Se o corpo humano fica ali muito tempo, começa uma corrida contra o relógio: cada minuto a mais aumenta o risco de não-sobrevivência.

310 pessoas

Desde 1920, mais de 310 pessoas morreram tentando escalar o Monte Everest — essa é a maior contagem de óbitos em montanha no mundo.

Com o aquecimento global, as geleiras da região do Himalaia estão derretendo e se tornando mais escassas. Com o gelo se espalhando, o que antes escondidos pelas camadas espessas de neve, começaram a aparecer, tanto que alguns cadáveres viraram referência para os montanhistas que estão subindo.

O cume do Everest, com pouco mais de 29 mil pés, tem aproximadamente um terço da pressão do ar que existe no nível do mar, o que reduz significativamente a capacidade de um alpinista respirar oxigênio suficiente para se manter vivo.

Everest: temporada mortal no topo do mundo
O salvamento ocorreu na chamada "zona da morte", situada a mais de 8 mil metros de altitude, onde as temperaturas podem chegar 30 graus negativos. O guia carregou o alpinista nas costas por cerca de seis horas para descer 600 metros.

Em média, cerca de cinco alpinistas morrem a cada temporada de escalada no Everest na primavera. Mas em 2019, 11 pessoas morreram, com quatro das mortes atribuídas à superlotação na montanha.

Não há um recorde oficial de permanência no cume do Everest mas o vento forte, a baixa pressão atmosférica e mudanças rápidas de clima costumam forçar os alpinistas a ficar apenas alguns minutos ali.

Pelo menos 200 corpos estão espalhados pela montanha em várias rotas. Alguns estão enterrados em fendas profundas. Outros agora descansam em lugares diferentes de onde morreram, devido ao movimento de geleiras, e alguns foram movidos intencionalmente.

Annapurna

O estudo apontou que o pico de Annapurna é o mais mortal de todas as montanhas, quanto à taxa de mortalidade; Nesse pico, estima-se que 72 mortes resultaram de 244 expedições desde 1900, provocando taxa de mortalidade de 29,5%.

RIO O cearense Rosier Alexandre sobreviveu à avalanche mais letal da história do Everest que deixou 12 mortos nessa sexta-feira. Durante a tragédia, ele estava no acampamento base (5.350m) da maior montanha do mundo desde o último dia 13 com mais 16 alpinistas.

Vitor Negrete

Um dos principais alpinistas brasileiros, Vitor Negrete, 38, morreu ontem às 2h (17h15 de anteontem no horário de Brasília), horas depois de se tornar o primeiro brasileiro a escalar o monte Everest, no Nepal, pela face norte e sem o auxílio de tubo de oxigênio suplementar, a 8.850 metros.

Fóssil de predador marinho pré-histórico é encontrado perto do Everest. Pesquisadores do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados (IVPP), vinculado à Academia Chinesa de Ciências, encontraram um fóssil do predador marinho pré-histórico Himalaiassauro no Tibete, a 100 km do Monte Everest.