Por que as pessoas foram torturadas durante a ditadura militar?

Perguntado por: ifarias . Última atualização: 17 de julho de 2023
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Em nome da “segurança nacional” e do combate à “subversão comunista”, milhares de pessoas foram torturadas e mortas. Muitas delas desapareceram sem deixar rastros e notícias. Os militares utilizaram muitos meios para que esta repressão militar atingisse o seu objetivo.

Durante o regime militar de 1964, os torturadores brasileiros eram, em sua grande maioria, militares das forças armadas, em especial do exército.

Tortura é a imposição de dor física ou psicológica (com crueldade, intimidação, punição) à uma pessoa, para obtenção de uma confissão, informação ou simplesmente por prazer da pessoa que prática o ato.

Tortura e ausência de direitos humanos
As torturas e assassinatos foram a marca mais violenta do período da ditadura. Pensar em direitos humanos era apenas um sonho. Havia até um manual de como os militares deveriam torturar para extrair confissões, com práticas como choques, afogamentos e sufocamentos.

Os principais motivos do golpe foram econômicos. Um presidente cujas propostas ameaçavam privilégios de classe precisava ser detido pela elite. Foi o que aconteceu. A partir de então, instalou-se um regime que muitos historiadores chamam de complexo burguês-militar.

A principal justificativa apresentada pelos militares que tomaram o poder em 1964 foi a aproximação do presidente João Goulart com o comunismo. Na visão dos líderes do golpe, Jango estaria prestes a tomar medidas radicais que levariam o Brasil a se tornar um país comunista na América do Sul.

Resposta verificada por especialistas
O governo militar insistia em afirmar que não havia tortura no Brasil pois a tortura é considerada, por todos os países que assinam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, como um crime contra a humanidade, sujeito à sanções internacionais e que não prescreve.

Na verdade, a ditadura foi muito mais abrangente, pois alcançou muito um conjunto maior da população", afirmou a advogada.

  • Mulheres militantes. ...
  • População negra. ...
  • Comunidade LGBT. ...
  • Favelas.

Ditadura que deixou pelo menos 434 mortos e desaparecidos, torturou milhares com técnicas como choques e pau de arara, instituiu a censura na imprensa e na arte, levou pessoas ao exílio, cassou políticos, aumentou a desigualdade social e cerceou a liberdade de expressão.

A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram suprimidas ou sofreram interferência do governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram reprimidos pela censura.

O relatório final da Comissão Nacional da Verdade afirmou que, durante a ditadura, 434 pessoas morreram ou desapareceram.