Desde quando existe pessoas trans?

Perguntado por: apacheco . Última atualização: 11 de julho de 2023
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Textos sumérios e acádios, de 4500 anos atrás, documentam sacerdotes transgêneros ou travestis, conhecidos como gala. Da mesma forma, prováveis representações artísticas ocorrem, na região do Mediterrâneo, de 9.000 até 3.700 anos atrás.

Lili Elbe foi uma artista transexual dinamarquesa que viveu no início do século XX. Uma das primeira pessoas a realizar uma cirurgia de redesignação sexual, Lili teve o apoio da esposa Gerda Gottlieb em todo processo de transição de gênero. Ao assumir sua nova identidade, Lili estava determinada a adaptar seu corpo.

Início. Roberta Close, hoje com 58 anos, nasceu no Rio e se descobriu uma mulher trans ainda na adolescência. O pai, com vergonha e transbordando preconceito, falava que ela era a empregada da casa. Isso a fez sair de casa aos 14 anos e ir morar com a avó.

O dossiê indica que as travestis e transexuais femininas constituem um grupo de alta vulnerabilidade à morte violenta e prematura no Brasil, com uma expectativa de vida de 35 anos, enquanto a da população em geral é de 74,9 anos.

O caráter histórico da existência de pessoas trans leva parte da comunidade médica a acreditar em uma base biológica para o fenômeno. Linhas de pesquisa em estado inicial apontam para uma possível correlação com o período de desenvolvimento cerebral, durante a gravidez.

Para se tornar quem queria ser, João W. Nery teve que abandonar tudo. As verdades exigidas pelo seu corpo e pela sociedade, o currículo acadêmico, o emprego e todos os direitos que possuía. A decisão foi tomada aos 27 anos: ele iria realizar a cirurgia de redesignação sexual.

Direitos fundamentais para além de pessoas trans e travestis – direitos humanos. Cerca de 1,9% da população adulta brasileira, ou aproximadamente 4 milhões de pessoas, são transgênero e não binárias, segundo levantamento feito pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp).

Outro estudo —publicado na semana passada pelo GGB— mostra que 242 pessoas LGBTI+ foram assassinadas no Brasil em 2022, além de 14 pessoas mortas por suicídio. A média é de uma morte a cada 34 horas. Desse total, segundo o GGB, 111 foram de pessoas trans (110 de mulheres trans e travestis e um de homem trans).

Pesquisa inédita na América Latina aponta que 1,9% da população brasileira é de pessoas transgênero ou não binárias: são 4 milhões de indivíduos em uma população estimada em 2020 pelo Banco Mundial em 212,6 milhões de cidadãos.

A redesignação sexual ou readequação sexual é um dos procedimentos cirúrgicos inseridos no processo transexualizador, sendo realizado geralmente dois anos após o início da terapia hormonal. Neste caso, a cirurgia tem o objetivo de readequar os órgãos genitais ao gênero pelo qual o paciente transexual se identifica.

Não se pode afirmar que uma criança é trans, baseando-se em um aspecto único de sua identidade. Várias crianças trans apresentam aversão às roupas, brinquedos associados ao sexo atribuído ao nascimento e demonstram preferência por estar entre aquilo no qual se identificam e que socialmente é atribuído ao outro gênero.

Atualmente, 380 pessoas identificadas como trans fazem transição de gênero gratuitamente no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. Desse total, 100 são crianças de 4 a 12 anos de idade, 180 são adolescentes de 13 a 17 anos e 100 são adultos a partir dos 18 anos.