Como a desigualdade social afeta a educação no Brasil?

Perguntado por: oibrahim . Última atualização: 8 de julho de 2023
4.5 / 5 19 votos

A pandemia deu margem para o sistema educacional do país aumentar as disparidades raciais, sociais e locais, sendo um dos problemas estruturais dessa situação a falta de acesso a internet para assistir as aulas onlines, que consequentemente gerou um dos maiores problemas na educação, o abandono escolar.

Pesquisas da área de sociologia apontam, há muito tempo, que há uma forte relação entre origem social do aluno e sucesso escolar. Quanto maior a renda familiar melhor o desempenho escolar e, por outro lado, a pobreza, a desigualdade social e o contexto familiar explicam o insucesso.

Resposta: As desigualdades sociais impactam fortemente a educação, criando desigualdades escolares que afetam negativamente a vida de muitos jovens. Infelizmente, o acesso à educação de qualidade ainda é um privilégio de poucos, e isso é especialmente verdadeiro para aqueles que vêm de famílias de baixa renda.

Os pesquisadores constataram que a partir dos 15 anos há uma queda no recebimento de atividades escolares durante a pandemia e que quanto mais velho for o aluno, menor é o fluxo de envio das atividades. O não envio dessas atividades pode aumentar a desmotivação e impulsionar a evasão.

Essa falta de acesso à educação de qualidade fortalece o ciclo de desigualdade social, já que indivíduos com pouco ou menos estudo dificilmente conseguem mudar sua condição ao longo da vida, enquanto que aqueles que nascem com maior renda podem estudar mais e, por consequência, se tornarem adultos com condições ...

Nota-se que a Educação se consolidou como um dos pilares da estrutura social vigente e, assim, forjou-se como um elemento de sustentação da desigualdade social. Uma das contribuições para a mudança deste quadro, refere-se à opção dos professores em assumir uma prática (política) pedagógica não dominante.

Apenas 35% das mulheres de 25 a 34 anos com escolaridade abaixo do ensino médio estavam empregadas em 2018 no Brasil, em comparação com 69% dos homens. Essa diferença é mais alta do que a média nos países analisados, na qual 43% das mulheres e 69% dos homens comescolaridade abaixo do ensino médio estão empregados.

Existe a desigualdade de não ter acesso ao sistema escolar, existe a exclusão dentro do próprio sistema, existem acessos a padrões diferentes de qualidade educacional e existe a desigualdade de tratamento – quando estudantes têm acesso a condições muito desiguais da oferta educacional, que deveriam ser, no mínimo, ...

A educação infantil de qualidade é o remédio mais eficaz para o combate à desigualdade: viabilizar alfabetização na idade certa e maior cobertura nas creches e pré-escolas é o primeiro passo para quebrar o círculo de reprodução da desigualdade Page 4 O BRASIL SEM MISÉRIA 4 social.

“Muitos alunos não conseguiram acompanhar as aulas remotamente, a gente teve uma evasão muito grande por muitas questões (...). Aqui, a desigualdade social é grande e tinha alunos sem equipamentos para estudar, sem materiais, e daí muitos deles se afastaram da escola”, conta.

Dentre tantos desafios da educação brasileira, listamos os cinco principais: Acesso à escola e o processo de aprendizagem. Modelo distorcido de formação de docentes. Falta de investimentos generalizados e inovação.